26 de set. de 2008

Homem de cinza qual é sua missão?

















Essa semana um acontecimento me fez refletir sobre qual a função da nossa polícia...mais uma vez.
Não vou entrar no debate de bons ou maus policiais e sim na questão da corporação em si.
Na madrugada de terça(23/09) para quarta- feira aconteceu uma chacina no Jardim Paranapanema, Morro do Índio, onde segundo os moradores a policia atirou em cinco pessoas, matando dois menores e outro homem, ferindo mais uma mulher e um homem. Segundo um dos moradores os meninos teriam sido mortos de joelhos e o outro com quatro tiros na cabeça.
Independentemente do que estivessem fazendo, se fumando, se traficando, conversando ou o que fosse, a função da polícia que representa o Estado é averiguar, se houver algo errado e prender e não matar. Segundo o SPTV as mortes teriam sido disputa de gangues rivais, muito fácil pois isenta a PM do caso.
Na quarta-feira por volta das 18h os moradores invadiram a Av. M' Boi Mirim para protestar contra a polícia, queimando pneus e madeiras, estava presente moradores, senhoras, crianças e vários outros jovens, exercendo o seu direito de manifestação e exigindo a presença da imprensa para poder expor o seu ponto de vista do acontecido. Após mais de quatro horas de bloqueio da avenida chega a imprensa e ouve vários moradores, entre eles o pai da moça baleada e outras senhoras presentes.
Segundo o Comandante da PM temos que entender que na favela não tem só "santinho", o fato da pessoa estar praticando algo errado não dá a PM o direito de julga-la e condena-la. Se bem que também a Justiça não me inspira tanta confiança uma vez que assim como a PM, também é um órgão do Estado, o mesmo estado que não dá educação e oportunidade para o jovem e depois quer se livrar das consequências que ele mesmo criou.
Ouvi palavras de um membro da tropa de choque que pra mim reflete muito bem o pensamento da corporação, quando informado por um morador do porque do protesto, dizendo que era devido a um incidente onde morreram jovens da favela, as palavras ditas com frieza pelo PM foi simplesmente: "E ai...morreu,morreu".
Não foram os últimos nem os primeiros, mais a favela unida, mostra que tem força quando quer, união,mobilização e solidariedade entre as quebradas...esse é o caminho.

Parabens Guerreiro

Capa do livro


Foto do lançamento em Brasília

No mês de setembro acaba de ser lançado o livro "Demorô" do poeta Paulo Kauim...um mano sem palavras...
Nos conhecemos em um show de rap no colégio Martins Jr. aqui no Capão Redondo, lá ele trombou o Bob que depois de uma troca de idéias o trouxe até minha casa e na área que dá vista para o Jardim Paranapanema com suas casas de tijolo vermelho trocamos várias idéias sobre rap, religião, nietzsche, literatura. Tempos depois ele volta a SP e nos encontramos no Sarau da Cooperifa para uma noite de várias idéias novamente, que serviram de combustível para prosseguir na caminhada cansativa e sofrida do rap,uma noite que fez toda a diferença pra nóis do Sentimento de Fúria.
Parabéns guerreiro por essa conquista...a nossa literatura precisa de pessoas como você.

Veja uma matéria sobre o poeta Paulo Kauim aqui: http://www.diariodepernambuco.com.br/2008/09/21/viver6_0.asp
SJ