11 de jan. de 2008

Heei São Paulo terra de arranha-céu


Dando um rolê por São Paulo de tudo se vê
Prédios cabulosos, vidros reluzentes
Luxo, ostentação que esconde uma exclusão
Que está ali, aqui, só prestar atenção

Mercado de luxo, famílias no lixo
Carros de luxo, parados no fluxo
Congestinamento monstro, pouca circulação
Só no ano passado entrou mais 2 milhões

Cada carro uma pessoa, abafada, fechada
Querem até melhorar por um chip pra ser rastreada
Onde tá, se deve ou não deve, não se esconde mais nada
Mais quando abre o vidro sem chance...enquadrada

Milhares de cameras em todos por todos os lados
Metrô, busão, sorria você está sendo vigiado
O medo faz a privacidade virar coisa do passado
Admirável mundo louco sendo constantemente controlado

Famílias ricas com chips no corpo parece ficção
O medo gera renda, gera investimentos
Em portões, grades, muros, cães treinados
Querem isolar nos guetos, os pretos, os favelados

Só aceitam o passivo de cabeça baixa
Limpando nos cantos, servindo nas mesas
Morrendo no trânsito, vigiando suas riquezas
Aceitando seu destino falam que é provação, quanta incerteza

Quem se levanta, olha pra cima causa espanto
Se organiza quer seu espaço rasga os panos
O exército que cresce, rodeia todos os arredores
Espreitando, na hora do bote desejo-lhes sorte.

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